segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Devido à escassez de algodão no mercado e à evolução dos preços da fibra no mercado interno, algumas indústrias têxteis poderão suspender suas atividades temporariamente. De acordo com o levantamento feito pelo Cepea em seu relatório semanal, algumas empresas estão no limite de resistência para compras. Os preços internos já acumulam ganhos de 180% em doze meses, enquanto que no mercado internacional, na Bolsa de Nova York, o avanço é de 130% no mesmo período. “Agora o mercado travou de tal forma que não há comprador. Com essa alta toda, as roupas de inverno teriam um acréscimo de 40% ou mais”, afirma o consultor da Hórus Algodão, Márcio do Rego Freitas. Ainda de acordo com ele, o consumo deve aumentar em junho com a entrada da safra 2010/11. Ainda assim, os preços deverão permanecer voláteis, sem uma perspectiva firme. Ainda de acordo com as informações do relatório divulgado pelo Cepea, a prioridade no momento não é a venda da fibra, já que os produtores também estão concentrados na colheita da soja e na finalização do cultivo do algodão de segunda safra, não havendo, entretanto, necessidade de caixa elevado. Fonte: Notícias Agrícolas

Um dos segmentos mais prejudicados com a relação comercial entre o Estado e a China já enxerga oportunidades

"Se você não pode com eles, venda pra eles". Vale a pena entender porque é permitida até a ousadia de mudar o famoso ditado quando se trata do histórico de desvantagens do setor têxtil cearense na relação comercial "China x Ceará".

Só que, agora, esse mesmo segmento iniciou um contra-ataque digno de outra máxima popular: "quem com ferro fere com ferro será ferido". É que ao adquirir equipamentos chineses a valores mais baixos, os produtos locais acabam, por consequência, também tendo um custo menor para serem fabricados.

Apesar de reconhecer que a indústria têxtil local continua perdendo no cômputo final dessa relação com o gigante asiático, por conta da enxurrada de produtos acabados chineses nas grandes lojas de departamentos do País, o presidente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Ceará - Sinditêxtil (CE), Ivan Bezerra Filho, informou que o empresário cearense ainda pode vislumbrar uma oportunidade ainda mais lucrativa que a própria China está oferecendo.

Lingerie é a bola-da-vez

Segundo ele, por lá, existe uma demanda crescente por lingeries. E essa pode ser a chance do Ceará exportar moda íntima para as chinesas, já que o Estado é líder nacional na produção deste tipo de mercadoria.

"São Paulo já está fazendo isso. Só que nossa lingerie é melhor e mais barata. Falta só o Ceará ofertar para os chineses. Lá, a demanda é muito forte e cresce em velocidade alta. São 200 milhões de pessoas na classe média e outras 200 milhões entrando nesse camada social neste ano", reforça.

Ele acredita que o a capacidade de produção do Ceará pode ser ajustada para suprir parte desse nicho de mercado que está surgindo na China. "Estamos vendendo bem aqui dentro do País. Mas temos que ficar atentos às novas oportunidades de negócios. O cearense sabe se virar. É vivedor. Temos condições sim de ampliar a produção de lingeries aqui e exportar", analisa, salientando que apesar da concorrência com os chineses, o setor foi bem em 2010.

Fonte: Diário do Nordeste