A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou ontem novo recorde de produção para Mato Grosso na safra atual, o ciclo 10/11, que chegará a 30,75 milhões de toneladas. O crescimento da produção mato-grossense será de 4,22% em relação ao ciclo anterior (28,85 milhões de toneladas), apesar da expansão de apenas 1,93% na área plantada, que passa de 9,11 milhões de hectares para 9,29 milhões de hectares. Os números constam do 6º levantamento de safra, divulgado pela Conab.
Mesmo superando a série histórica estadual, a Companhia ratificou também neste levantamento a perda da liderança nacional da produção de grãos e fibras que o Estado vinha mantendo até janeiro. O Paraná retoma a condição de líder com a estimativa de colher mais de 31,18 milhões de toneladas.
O destaque, em Mato Grosso, como esperado, fica por conta do algodão, a grande vedete desta safra, com crescimento de 70,38% em relação ao ciclo 09/10. A produção passará de 583,5 mil toneladas para 994,2 mil toneladas de pluma, mantendo Mato Grosso na liderança do ranking nacional, respondendo por mais de 50% de toda a safra brasileira da pluma. A área plantada avançará de 428,1 mil hectares para 669,1 mil hectares nesta safra, incremento de 56,29%.
Em Mato Grosso, o crescimento na área plantada de algodão ocorreu principalmente no plantio de primeira safra, consequência do atraso do plantio da soja, ocasionado pela falta de chuva, reduzindo dessa forma a janela de plantio para o cultivo do algodão como opção de safrinha.
A soja, carro-chefe do agronegócio mato-grossense nas últimas décadas, terá a maior safra da sua história, com a produção saltando de 18,76 milhões de toneladas para 19,84 milhões de toneladas este ano, crescimento de 5,76%. No 5º levantamento da Conab, a produção estimada era de 19,76 milhões de toneladas. A área plantará terá incremento de 1,72%, passando de 6,22 milhões hectares para 6,33 milhões de hectares.
Destaque no ano passado, o milho confirmará produção de 7,64 milhões de toneladas, mesmo com a queda de 5,84% em relação ao ciclo anterior (8,11 milhões de toneladas). A área apresenta queda de 7,54%, recuando de 1,99 milhão de hectares para 1,84 milhão de hectares. De acordo com a Conab, a safrinha de milho começou a ser semeada no início de janeiro, em concorrência direta com o algodão segunda safra. Em fevereiro, contudo, houve atraso no plantio, com a janela se encerrando no dia 28 e ainda restando boa parte da área a ser plantada no Estado. A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) teme que o excesso de chuvas acarrete uma queda na safra devido ao atraso no plantio.
A safra de arroz, cultura em decadência nos últimos anos, deverá recuar 9,25% este ano, com a produção caindo de 742,7 mil toneladas para 687,4 mil toneladas, conseqüência da redução de 9,52% na área plantada, que encolheu nesta safra para 223,4 mil de hectares, ante 246,9 mil hectares cultivados no ciclo anterior. (Veja quadro)
BRASIL – A Conab confirma recorde de produção também para a safra brasileira de grãos. Pelo novo levantamento, o Brasil deve colher 154,2 milhões de toneladas de grãos este ano. O número representa incremento de 3,4%, o que equivale a aproximadamente 5 milhões de toneladas a mais que a safra passada, que atingiu 149,2 milhões de toneladas. Com relação ao último levantamento, realizado em fevereiro, a produção cresceu 0,7%, o que representa 1,1 milhão de toneladas. A área cultivada também registrou um aumento de 3,1%, chegando a 48,9 milhões de hectares.
Segundo as informações levantadas pela Conab, o motivo do crescimento é a ampliação de áreas de cultivo do algodão, do feijão 1ª e 2ª safras, da soja e do arroz, aliada à boa influência do clima no desenvolvimento das culturas. Entre elas, o algodão apresenta o maior crescimento percentual em área, com cerca de 56% a mais que no ano passado (835,7 mil ha).
Fonte: Diário de Cuiabá