segunda-feira, 28 de março de 2011

Algodão vira “ouro branco”

A pressão dos preços vem do mercado externo. O maior produtor e exportador mundial de algodão — o Paquistão — apresentou grandes perdas por conta das enchentes. A falta do algodão em pluma, matéria-prima na confecção de tecidos e aviamentos, obrigou o país a importar. A China que é outro grande produtor e consumidor de algodão decidiu priorizar a produção de alimentos, ampliando também da compra do produto no mercado internacional. Já a Índia, tradicional exportadora de algodão, restringiu as vendas externas para garantir o abastecimento do mercado interno.
A falta do produto é ainda reforçada pelos reflexos da crise do mercado interno de 2008. Naquele ano, o excesso da oferta do algodão em pluma no mercado internacional provocou várias perdas aos produtores que, sem retorno financeiro, optaram por reduzir o plantio e os investimentos na lavoura de algodão. Resultado: a oferta de produto nacional também caiu.


Com a retomada do consumo e da demanda, o mercado foi pego de surpresa e a arroba (15 kg) da pluma atingiu um patamar histórico de R$ 78. Com pouco produto no mercado, a safra de 2011, plantada em 2010, já está praticamente toda vendida, com a arroba variando entre R$ 45 e R$70. O produtor que tem algodão disponível consegue vender o produto no mercado por R$ 85, segundo os dados da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa).
O preço do algodão em 2010 subiu 60%. O produto representa entre 30% e 40% do custo total do tecido. De acordo com o Sindivest-PR, só em 2010, os tecidos de algodão chegaram a subir 40% e as fábricas já anunciaram mais 10% de reajuste para o início de 2011. Mas os fabricantes garantem que vão tentar segurar ao máximo para não repassar todo o aumento.

Fonte: Bem Paraná