
Uma das principais razões que têm animado os pequenos produtores paraibanos a voltar a plantar algodão no Estado e nas diversas regiões foi a combinação de forte valorização da arroba no mercado e chuvas regulares no Sertão paraibano. “Os preços são os melhores já registrados nos últimos 140 anos, com a arroba custando em torno de R$ 120,00, contra os R$ 35,00 da safra passada”, explica Waltermilton Cartaxo, gerente da Área de Negócios Tecnológico da Embrapa Algodão, em Campina Grande. Cada arroba (com caroço) pesa em média de 15 quilos.
Segundo Cartaxo, o inverno favorável deste ano na região do Sertão e uma ação conjunto do Governo do Estado, Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Embrapa Algodão também contribuíram para elevar a área plantada. “A distribuição de sementes e o estímulo de garantir a comercialização do produto para os pequenos produtores e algumas cooperativas, como é o caso da Campal (Cooperativa Agrícola Mista de Patos Ltda.), trabalham a favor do crescimento da cultura. Apesar da ampliação recorde, a Paraíba tem potencial para muito mais de 300 mil hectares de área plantada de algodão”, lembrou.
Além da valorização do algodão branco, um dos destaques desta safra deste ano na Paraíba será a primeira colheita de algodão colorido da espécie BRS Topázio. “Esta fibra tem um rendimento de 43% contra 37% da média das demais, o que representa um fio de alta qualidade e maior durabilidade na confecção de roupas de algodão colorido para a indústria local”, revelou. Além topázio, os produtores paraibanos já produzem BRS Verde, BRS Rubi e BRS Safira, mas ainda em baixa quantidade. “Essa produção mal alimenta ainda o mercado interno”, ponderou.
Para o gerente, a principal vantagem dessas variedades com relação às de algodão branco é o fato de agregarem ainda mais valor no mercado nacional e internacional com a confecção de roupas voltadas para exportação. “Além disso, reduzem os custos da indústria e serem ecologicamente corretas, uma vez que dispensam as fases de preparo para tingimento, o que requer a utilização de produtos químicos. Além de reduzir o consumo de água e energia, o algodão colorido diminui a quantidade de efluentes a serem tratados”, frisou.
Fonte: Jornal da Paraíba