sexta-feira, 8 de julho de 2011

Setor têxtil critica concorrência externa e guerra fiscal

A competição desleal com países que subsidiam a produção de peças de vestuário e a guerra fiscal entre os estados são dois dos principais problemas que a indústria têxtil nacional en­­frenta atualmente, de acordo com empresários do setor. Esses pontos são unânimes entre os represantes do ramo, que participaram ontem, na sede da Federação das In­­dús­­trias do Paraná (Fiep), de uma audiência pública da Frente Parlamentar Mista José Alencar para o Desen­­volvi­­mento da Indústria Têxtil e de Confecção do Brasil. A reunião é a primeira a ser realizada fora de Bra­­sília, e o Paraná foi escolhido pela importância do setor na economia brasileira.

De acordo com a Abit, a balança comercial da indústria têxtil registra déficits há cinco anos. Em 2010, as importações de peças de vestuário superaram as exportações em US$ 3,5 bilhões. A previsão da entidade é de que neste ano o déficit passe para US$ 5,2 bilhões. “Nossas 30 mil empresas geram hoje mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos, e temos potencial para muito mais. Não estamos pedindo nada do governo, queremos apenas condições igualitárias para competir, para que não seja entregue aos outros o nosso principal ativo, que é nosso mercado interno”, salienta o presidente da Abit, Aguinaldo Diniz Filho.


Para o vice-presidente da Fiep, Edson Luiz Campagnolo, que atua no setor e representou a entidade na audiência, em­­presários, trabalhadores e políticos estão unidos em torno da resolução desse problema. “Estamos preocupados com a questão dos importados que chegam subvalorizados ao nosso país e com a guerra fiscal entre os estados, que prejudica diretamente a indústria têxtil. Mais audiências vão ocorrer em outros estados, mas precisamos de soluções rápidas e estamos confiantes com a reunião do Confaz nesta semana”, ressalta Cam­­pagnolo. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que tem secretários da Fazenda de todos os estados, estará reunido amanhã e sexta-feira em Curitiba. A expectativa do governo estadual é de que haja evolução sobre a questão fiscal durante a reunião realizada na capital.

Hoje, o presidente da Abit estará em Brasília para um encontro no Senado sobre os problemas enfrentados pelo setor. “Tivemos reuniões com os ministros Fernando Pi­­mentel [do Desen­­volvi­­mento, Indústria e Comércio Exterior] e Guido Mantega [da Fazenda]. Eles demonstraram preocupação com o setor. Agora estamos nos preparando para sermos recebidos pela presidente Dilma Rousseff”, afirmou Diniz Filho.

Fonte: ExportNews