A próxima safra de algodão do Brasil deverá registrar uma área plantada de 1,4 milhão de hectares, contra 1,36 milhão de hectares na temporada 2010/11, informou nesta segunda-feira o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Segundo Márcio Portocarrero, os preços do algodão, apesar de estarem abaixo dos picos registrados no mercado internacional neste ano, ainda se encontram em níveis que estimulam os produtores, sendo competitivos em relação a safras concorrentes como a soja e o milho.
O potencial de plantio da próxima safra poderia ser ainda maior do que o previsto pela entidade. A área, segundo ele, poderia atingir até dois milhões de hectares, mas os produtores estão limitados pela impossibilidade da indústria montadora de colheitadeiras de atender todos os pedidos.
"Temos um limite de expansão de área, faltam colheitadeiras. Dos pedidos feitos para a Case e a John
Deere, a indústria só conseguiu atender a 30 por cento", afirmou ele, lembrando que a alta nos preços globais do algodão motivou produtores de todo o mundo a realizarem novas encomendas.
As colheitadeiras utilizadas no Brasil são importadas, em sua maioria. Os futuros do algodão chegaram a superar US$ 2 por libra-peso neste ano, mas agora o contrato referência está pouco acima de US$ 1 por libra-peso. "O mercado não aponta uma baixa muito grande nos preços", acrescentou ele no 8º Congresso Brasileiro do Algodão, salientando que cotações recordes como as registradas em 2011
muitas vezes podem prejudicar os negócios.
Segundo o executivo, em condições normais de clima, a produção poderia atingir um novo recorde de cerca de 2 milhões de toneladas da pluma. A Abrapa vê custos de produção estáveis na nova temporada em relação a 10/11. Ele avalia que o fortalecimento do dólar frente ao real neste momento, em que os produtores já comercializaram parte de sua produção antecipadamente, pode ser benéfica.
Produção
O Brasil está encerrando a safra 2010/11 com uma queda na produção de cerca de 15% em relação ao que o Ministério da Agricultura estima (1,95 milhão de t). "Nós tivemos uma quebra este ano de cerca de 15% devido ao clima. É muito cedo para falar sobre clima para a
próxima safra", disse ele lembrando que essa queda foi registrada pela Abrapa por conta de problemas com seca na Bahia e Mato Grosso, os dois principais produtores de algodão do Brasil.
Fonte: Economia - Terra