A queda na safra da Argentina pode provocar novas mudanças nas cotações internacionais dos grãos. Os preços agrícolas já apresentaram forte alta em dezembro. Veja os principais produtos comercializados nas bolsas internacionais.
O cacau e o suco de laranja tiveram alta de 8,7% no mês. A soja subiu 12,2. O milho teve valorização de 17%. O algodão fechou dezembro com um aumento de 17,3%. O preço do açúcar aumentou 17,5%. O trigo teve alta de 18,8%. No café, a valorização foi de 20,2%.
“Este aumento não deve ser supervalorizado. Não é um movimento isolado. A demanda é constante. O mundo vai consumir de uma maneira muito forte produtos brasileiros. É o único país do mundo que até 2020 a produção tem que crescer 40%. As exportações e as quebras que aconteceram no segundo semestre de 2010 estão direcionando muitas compras para o Brasil”, explicou o analista de mercado Antônio Sartori.
O Globo Rural fez a conta e tem também a variação dos produtos agrícolas, nas bolsas internacionais, no último ano. Dos oito produtos avaliados, sete tiveram alta.
Em 12 meses, o cacau teve queda de 7,8%. No ano, o açúcar subiu 8,8%. O suco de laranja teve valorização de 26,7%. A soja apresentou alta de 33,8%. O preço do trigo aumentou 47,8%. O milho fechou 2010 com valorização de 50%. O café subiu 75,7%. A maior alta ficou com o algodão, com alta de 79,7%.
“A velocidade do aumento do consumo tem sido maior do que a velocidade do aumento da produção trazendo os estoques mundiais para baixo de todos os produtos agrícolas. Nós também temos a presença dos fundos que, de maneira muito especulativa, provoca uma louca volatilidade. São grandes, bruscos e inesperados movimentos. Por isso, nós temos as cotações a esses níveis e devem continuar. Não acredito que vimos no final do ano os preços mais altos para 2011. No caso do milho, no maior produtor mundial, que são os Estados Unidos, a safra caiu de 330 para 310. O consumo do milho para etanol bateu novo recorde de 122 milhões de toneladas. Tem uma demanda não apenas para consumo humano e animal, mas também para biocombustíveis. Com isso, os estoques americanos em 31 de agosto de 2011 serão dramaticamente baixos. Nós vamos ver nos próximos meses o milho com uma louca volatilidade nas cotações internacionais”, concluiu Sartori.
Fonte: Globo Rural