segunda-feira, 16 de maio de 2011

Algodão em baixa

O algodão traz uma boa notícia. A queda nos preços da commodity agrícola, nas últimas semanas, trará impactos positivos sobre vários itens da sua cadeia produtiva. Isso, em si, é importante, pois produtos que o usam como insumo têm um peso importante na composição dos índices de inflação. Deveremos assistir, portanto, a uma redução nos preços dos tecidos, no próximo mês, e no das roupas, a partir do segundo semestre deste ano.
Segundo matéria na Folha de São Paulo deste sábado, o preço do algodão em caroço no atacado estava, em julho, 142,3% acima de seu valor. Com o recuo dos seus preços – entre março e abril passados, o IPPA registrou queda de 10,3% — espera-se que cerca de 32% dessa variação seja transmitida em, no máximo, em um mês, para o tecido de algodão. No caso das roupas, a transmissão demora até cinco meses, e é menos intensa, de cerca de 14%.
Causas externas
O comportamento do preço do algodão comprova o que vínhamos afirmando. A inflação, natural numa economia em crescimento de baixo para cima da renda, tem tido causas para além da pressão interna dos preços dos serviços. Sua origem esteve no aumento dos preços externos das commodities, dos alimentos e de matérias primas como algodão, petróleo e minerais.

O aumento da inflação não se deu internamente pelo “excessivo gastos do governo”, ou pela expansão do crédito dirigido, ou sequer pelo crescimento da demanda. Essa mesma demanda, aliás, se resolve com mais produção e serviços, com crédito e financiamento. E deve ser enfrentada, ainda, com políticas públicas que articulem os setores com excesso de demanda para o investimento. É descabida a tese de que inflação de demanda se combate diminuindo o crescimento econômico ou, pior ainda, aumentando juros.

Fonte: Correio do Brasil